Olha, decidir onde você vai morar durante o intercâmbio é tão importante quanto escolher o país ou a escola. Sério mesmo. A moradia certa faz você economizar dinheiro, dormir tranquilo e aproveitar a experiência sem neuras. Já uma escolha errada? Prepara-se para perrengue, estresse e contas que não fecham.
Essa habilidade de olhar pra um lugar e pensar “será que isso aqui vale a pena?” não serve só pro exterior. Quando você volta pro Brasil ou organiza sua vida antes de viajar, a mesma lógica se aplica: analisar localização, estrutura, custos escondidos e contratos. Se você precisa desse tipo de apoio por aqui, empresas como imobiliárias de imóveis entram em cena — elas analisam plantas, fazem vistorias detalhadas e te ajudam a tomar decisões mais seguras na hora de alugar, comprar ou investir enquanto você tá fora.
Homestay: Morar Com Família Local — Vale a Pena?
Homestay é quando você mora na casa de uma família do país, geralmente num quarto individual e dividindo banheiro. Muita gente escolhe essa opção logo no começo, especialmente quem nunca saiu de casa ou quer turbinar o idioma rápido.
O que tem de bom no homestay
A vantagem número um é praticar o idioma o tempo todo. Você aprende gíria, sotaque, jeito de falar — do tipo que curso de inglês nunca ensina. A família vira uma rede de apoio instantânea, o que ajuda demais nos primeiros meses quando tudo ainda é estranho.
Outro ponto: geralmente tá incluso café da manhã e jantar. Isso simplifica a vida e corta custos com supermercado. O valor mensal fica entre 600 e 1.200 dólares dependendo do país, e normalmente já cobre água, luz e internet. Comparado com alugar sozinho, sai mais em conta no curto prazo, principalmente em cidades caras tipo Dublin, Toronto ou Sydney.
Mas nem tudo são flores
Privacidade? Esquece. Você precisa seguir as regras da casa: horário pra comer, toque de recolher (às vezes), limitação de visitas. Algumas famílias são super de boa e te tratam como da família mesmo. Outras encaram a parada como negócio e mantêm distância. Só descobre quando chega.
Outro problema é a distância. As famílias geralmente moram longe do centro ou do campus — bairros residenciais afastados. Se a escola fica no centro e a casa fica a 40 minutos de trem, você perde tempo e grana com transporte. E perde flexibilidade pra sair à noite ou participar de rolês depois da aula.
Quando faz sentido escolher homestay
Funciona bem pra intercâmbio curto (até seis meses), pra quem tá no high school, ou se você tem dificuldade inicial com o idioma. Se você valoriza imersão cultural e topa abrir mão de um pouco de liberdade no começo, homestay é estratégico.
Residência Estudantil: Prático, Social e Perto de Tudo
Residências universitárias (ou student halls) são complexos com quartos individuais ou compartilhados, administrados pela própria universidade ou por empresas especializadas. Tem área comum, lavanderia, segurança 24h e, dependendo do lugar, até refeitório.
Por que a galera curte residência estudantil
Localização é o ponto alto. As residências ficam perto ou dentro do campus, então você economiza horrores com transporte e tem acesso fácil a biblioteca, laboratórios e eventos. Fazer amizade é automático — todo mundo tá na mesma vibe, então rola festa, grupo de estudo, e você monta sua rede de contatos rapidinho.
A burocracia é simples. O contrato é padronizado, alinhado com o semestre ou ano letivo. Não precisa de garantidor, nem depósito caução absurdo, nem ficar negociando com proprietário. Água, luz e internet geralmente já estão incluídas. O valor mensal vai de 800 a 2.000 dólares, dependendo se é quarto individual ou compartilhado.
Os contras que ninguém te conta
O preço costuma ser salgado. Em cidades como Londres, Boston ou Melbourne, a residência pode comer 40% do seu orçamento mensal. E o ambiente pode ser barulhento e meio bagunçado, principalmente em blocos cheios de calouros. Se você precisa de silêncio pra estudar ou trabalhar de casa, pode ser furada.
Privacidade é só meia-boca. Você tem seu quarto, mas divide cozinha, banheiro e sala com dezenas de pessoas. As regras sobre visitas, horário de silêncio e uso das áreas comuns variam bastante. Algumas residências nem deixam hóspede dormir lá, ou limitam quantos dias pode.
Quando a residência estudantil é boa pedida
Ideal pra quem quer ficar perto do campus, fazer amizades rápido e evitar complicação com contrato. Funciona bem pra intercâmbio de um ou dois semestres, especialmente se você nunca morou sozinho ou fora do país.
Checklist antes de assinar contrato de residência:
- Confirma se contas estão incluídas ou se vem conta extra
- Checa política de cancelamento e reembolso caso você desista
- Pergunta quanto é o depósito caução e quando devolvem
Flat Compartilhado: Liberdade e Preço Justo
Dividir apê com outros estudantes ou jovens profissionais é a opção mais popular pra intercâmbio longo. Você aluga um quarto num flat onde cada um tem seu espaço privado e divide cozinha, sala e banheiro.
O que tem de bom no flat compartilhado
Autonomia é o principal. Você escolhe com quem mora, define as regras de convivência e tem liberdade pra receber visita, cozinhar na hora que quiser e organizar sua rotina sem supervisão. O custo é bem mais acessível que morar sozinho: em cidades tipo Dublin, Barcelona ou Vancouver, um quarto em flat compartilhado sai entre 500 e 1.000 dólares mensais. Já um apê solo começa em 1.500 dólares.
Outro ponto positivo é a flexibilidade de localização. Você pode buscar bairro mais central, perto de metrô ou em área com vida noturna. Sites como SpareRoom, Idealista, Craigslist e grupos de Facebook facilitam a busca e você filtra por preço, localização e perfil dos moradores.
Os perrengues que vêm junto
A burocracia aumenta. Você negocia direto com o proprietário ou com o inquilino principal, assina contrato em inglês (ou outro idioma), e precisa entender cláusula sobre aviso prévio, depósito caução e responsabilidade sobre danos. Muitos proprietários pedem garantidor local ou depósito equivalente a dois meses de aluguel, o que trava grana logo de cara.
Conflito de convivência é comum. Diferença sobre limpeza, barulho, uso das áreas comuns e divisão de contas geram treta. Antes de fechar, conversa com os futuros colegas sobre rotina, hábitos e expectativas. E foge de contrato informal ou acordo só no WhatsApp — sempre exige documento escrito com todas as condições.
Quando o flat compartilhado é a melhor escolha
Funciona pra intercâmbio acima de seis meses, pra quem já tem experiência morando sozinho e busca equilíbrio entre custo e independência. Se você valoriza privacidade mas não quer pagar por apê solo, essa é a opção mais estratégica.
Apartamento Solo ou Aluguel de Curto Prazo: Privacidade Total
Alugar um apê inteiro oferece autonomia máxima, mas é a opção mais cara e burocrática. Plataformas tipo Airbnb, Booking e Uniplaces facilitam reservas de curto prazo, enquanto contratos diretos com proprietários exigem mais documentação.
Quando vale alugar sozinho
Faz sentido pra intercâmbio de trabalho, pós-graduação longa, quem vai com família ou cônjuge, ou estudante que precisa de silêncio absoluto pra pesquisa e trabalho remoto. O custo mensal vai de 1.200 a 3.000 dólares, dependendo da cidade e do tamanho do imóvel.
A vantagem é liberdade total: você define todas as regras, recebe quem quiser, organiza o espaço do seu jeito e não precisa negociar horário ou dividir responsabilidades. Pra quem trabalha remotamente ou estuda em horário irregular, essa autonomia pode compensar o custo extra.
Os contras e cuidados
Além do preço alto, você assume todas as contas (água, luz, gás, internet, condomínio) e lida com imprevistos sozinho. Problemas com encanamento, eletricidade ou vizinho barulhento viram sua responsabilidade. Contratos de longo prazo exigem garantidor, depósito caução alto e, em alguns países, comprovação de renda.
Aluguéis de curto prazo por Airbnb são mais flexíveis, mas custam 30 a 50% mais caro que contratos tradicionais. Usa essa opção só pras primeiras semanas, enquanto busca moradia definitiva.
Como Escolher: Critérios que Importam de Verdade
Definir a melhor acomodação exige cruzar variáveis práticas com seu perfil pessoal. Olha esses critérios antes de decidir :
Orçamento real e custos escondidos
Calcula o custo total, não só o aluguel. Inclui transporte, alimentação (se não tiver incluída), contas, internet, lavanderia e depósito caução. Homestay e residências estudantis geralmente têm custos mais previsíveis. Flats e apês solo exigem reserva pra imprevistos.
Uma boa prática é destinar no máximo 35% do orçamento mensal pra moradia. Se o aluguel come mais que isso, você vai ter pouca margem pra lazer, viagens e emergências.
Distância do campus e mobilidade
Calcula tempo e custo de deslocamento. Morar longe pode parecer econômico, mas se você gasta duas horas por dia no transporte e 150 dólares mensais em passes, o benefício desaparece. Considera também o clima: em cidades com inverno rigoroso, deslocamento longo vira um saco.
Privacidade e estilo de vida
Seja honesto sobre suas necessidades. Se você precisa de silêncio pra estudar, foge de residência estudantil barulhenta. Se valoriza vida social intensa, homestay pode ser limitante. Analisa também seus hábitos: você cozinha ou prefere comer fora? Gosta de receber amigos ou prefere sossego?
Segurança contratual e jurídica
Sempre exige contrato escrito, mesmo em acordo informal. Lê todas as cláusulas, especialmente sobre aviso prévio, devolução de depósito, responsabilidades sobre danos e políticas de cancelamento. Se o contrato tiver em outro idioma, pede ajuda pra traduzir ou usa ferramentas tipo Google Tradutor pra entender os pontos principais.
Desconfia de oferta muito abaixo do mercado ou de proprietário que pede pagamento antes de você visitar o imóvel. Golpe é comum em grupos de Facebook e anúncios não verificados.
Checklist de Segurança e Documentação
Antes de fechar qualquer contrato, confirma esses pontos :
Documentos obrigatórios
- Contrato assinado por ambas as partes, com data de início e término
- Comprovante de pagamento do depósito caução e primeira mensalidade
- Inventário detalhado do imóvel, com fotos de cada cômodo e estado de móveis e eletrodomésticos
- Dados de contato do proprietário, administradora ou responsável legal
Cláusulas essenciais no contrato
- Valor do aluguel e contas incluídas
- Prazo de aviso prévio pra rescisão (geralmente 30 a 60 dias)
- Regras sobre visitas, sublocação e animais de estimação
- Responsabilidades sobre manutenção e reparos
- Condições pra devolução do depósito caução
Vistoria e registro fotográfico
Antes de se mudar, fotografa todos os cômodos, móveis, paredes, pisos e equipamentos. Documenta qualquer dano preexistente e manda as fotos pro proprietário por e-mail, criando registro com data. Isso evita cobrança indevida quando você sair.
Quando Começar a Buscar e Onde Procurar
O timing da busca varia conforme o tipo de acomodação. Pra homestay e residências estudantis, começa o processo assim que receber a carta de aceite da instituição — geralmente três a quatro meses antes da viagem. Essas opções têm vagas limitadas e preenchem rápido em períodos de alta demanda (agosto-setembro e janeiro-fevereiro no Hemisfério Norte).
Pra flats compartilhados e apartamentos, começa a pesquisar dois meses antes. Muitos proprietários só fecham contrato com inquilino que já tá no país, então considera reservar hospedagem temporária (hostel, Airbnb) pras primeiras duas semanas e usa esse período pra visitar imóveis pessoalmente.
Plataformas e recursos confiáveis
- Homestay: agências oficiais das instituições, Homestay.com, Lingoo
- Residências estudantis: site da universidade, Uniplaces, Student.com, Collegiate
- Flats compartilhados: SpareRoom, Idealista, Craigslist, grupos de Facebook de brasileiros no exterior
- Apartamentos solo: Rightmove (Reino Unido), Immobilienscout24 (Alemanha), Apartments.com (EUA), Domain (Austrália)
Participa de grupos de WhatsApp e Telegram de brasileiros na cidade de destino. Esses grupos compartilham dicas atualizadas, avisos sobre golpes e oportunidades de sublocação.
Próximos Passos e Decisão Final
Escolher a acomodação certa pro intercâmbio é uma decisão que impacta sua experiência acadêmica, social e financeira. Avalia seu perfil, cruza critérios práticos com seu orçamento e prioriza segurança contratual. Não tem pressa: uma escolha bem feita nos primeiros meses evita dor de cabeça e gastos extras ao longo do intercâmbio.
Se você tá planejando voltar pro Brasil ou quer organizar sua base antes de viajar, aplica a mesma lógica crítica na escolha de imóveis por aqui. Busca orientação especializada, analisa contratos com atenção e prioriza localizações que facilitem sua rotina. Independente de onde você mora, decisões imobiliárias informadas garantem mais tranquilidade e segurança.
Precisa de ajuda pra avaliar opções de moradia ou tem dúvidas sobre contratos e documentação? Entra em contato e recebe orientação personalizada pra tomar a melhor decisão.

